De malas prontas

(Você pode ler ouvindo Not About Angels  da Birdy)

De malas prontas e cara limpa, lavada, sem nenhum resquício da minha maquiagem borrada ou de você.

Sim, eu estou indo embora. E não, você não precisa se preocupar, eu não vou voltar. Não porque você me disse pra não voltar, mas porque dessa vez sou eu mesma que não quero voltar nunca mais. Essa minha embriaguez do seu riso constante e envolvente perdurou tempo demais. Esse seu jeito meigo de quem só quer o bem não me engana mais. Sua máscara caiu, e caiu de uma forma que nem com toda ajuda do mundo você conseguiria colocar de novo.

Então essa sou eu, alma lavada pelas lágrimas que você me fez derramar, aqui e agora, seca, seca de sentimentos. Essa sou eu, segurando as malas que o seu egoísmo me obrigou a fazer e a decepção da qual você me abasteceu. Essa sou eu me perguntando como nós chegamos aqui, em que momento de toda essa história tudo se tornou tão confuso e tão crítico. Essa sou eu tentando explicar pra mim mesma o que me fez confiar em você, o porquê de eu ter sido tão ingênua.

É dessa vez acabou. Sem reticências, vírgulas ou parênteses. Só um grande ponto final com um quê de exclamação. Só eu e você e um mundo de mentiras em chamas. É o holocausto da nossa história, o apocalipse. Eu realmente deveria ter acreditado quando me disseram que estávamos fadados ao fracasso. É nossa ruína.

E essa sou eu, indo embora da sua casa e da sua vida, e pedindo que você desapareça da minha, seja lá como for.