E sabe aqueles dias que você acorda e sente que o mundo vai desabar na sua cabeça?
É um daqueles em que você não sente nada, nem tristeza nem alegria. Você só não sente.
É como se um furação impiedoso se apoderasse do seu ser e fosse consumindo todas as suas energias e sugando de você tudo bom, e você sabe que nada está bem, que ninguém vai te entender, que você está se destruindo... E quer saber, ninguém se importa. A maioria vai até comer uma pipoquinha enquanto te vê ruir de dentro pra fora.
Aí você começa a sentir, e percebe que a dor aumenta quando a gente sente. Que gente normal, gente que sente só quebra a cara e se decepciona. Que gente que se importa sofre muito mais.
Aí a gente para de sentir de novo. E acaba ficando preso no abismo do não saber o que fazer...
Quem sabe um dia... é um dia pode ser que a gente acorde e consiga sentir sem sentir, dar valor e tirar ao mesmo tempo. Pode ser que a gente passe a dar sem esperar em troca e descubra que a vida é simples, a gente que é gente que complica. E ninguém venha me dizer que a culpa é do coração, a culpa é da gente que pensa que toda gente é gente como a gente, sente como a gente e se importa com a gente. Aí a gente passa a ser só a gente, e num dia daqueles descobre que a gente só vira gente de verdade quando se torna a gente e não o agente da passiva; a gente faz a ação ao invés de sofrê-la.
Aí a gente sente sem sofrer. Só isso.
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