quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Presença ausente


Acordei e não senti teu corpo junto ao meu.

No silêncio aterrador que acompanhava a escuridão que tomava meu quarto, te procurei. Tateei minha cama em busca de alguém que já não estava ali. Alguém que acalenta meu sono e que inspira meus sonhos. Alguém que, por força das circunstâncias, não poderia ficar.

Revirei-me sozinha em uma não aceitação da realidade. Nos breves segundos que entremeavam meu eu que dormia e aquele que despertava, agoniei-me e por força de tão grande agonia, chorei. Senti as lágrimas mornas que escorriam pelo travesseiro que ainda guardava teu perfume. E naquele instante tentei sorver cada nota do teu cheiro, instintivamente recordando teu corpo em minha embriaguez nostálgica.

Confesso que não aceitei e continuo sem entender ou aceitar. Não haveria como, meu bem. 

Sou forçada a conviver todos os dias com essa tua presença ausente, que ao tempo que me assombra com tamanha saudade, preenche minh'alma com um sentimento que apenas a alguns poucos se é dada a dádiva de conhecer. 

É que esse amor é tão grande que me apavora. Sou tua. Inteiramente e devotada. 

Eu deveria voltar a dormir. Foi o que fiz. Senti teu corpo abraçando o meu, doce ilusão, e me entreguei ao mundo dos sonhos. 

Esse amor me tira o sono.



*Para fins de direitos autorais, declaro que as imagens não são minhas. Em caso desejo de retirada das mesmas favor entrar em contato.

2 comentários: