Nossa heroína nem estava arrumada naquele dia. Digamos que ela tinha tido um dia cheio pra caramba. Ela tava estressada pra caramba. Sem saber pra onde caramba ir nem o que caramba procurar. Ah, e ela tava mal pra caramba.
Como todas as outras garotas em um planeta com bilhões delas, nossa heroína já tinha se decepcionado muito com os falsos príncipes encantados da vida. Daquele tipo mesmo que depois você descobre que usava papel laminado ao invés de armadura brilhante. Pois é, mesmo com todos os seus super poderes de esconder a dor e seguir em frente, a heroína havia desanimado. Já não era tão fácil combater os canalhas como costumava ser antes. Cada um dos vilões haviam deixado nela uma cicatriz no ponto mais sensível de seu corpo. Seu coração.
Ela estava se escondendo mais que nunca atrás de sua capa. Mas, aconteceu algo que nem mesmo os melhores autores de histórias em quadrinhos com reviravoltas surpreendentes esperavam. Seu olhar cruzou com o dele. Um olhar, um instante qualquer em um lugar qualquer do planeta. O olhar, aquele olhar. Ela não sabia quem ele era nem sequer se era mais um dos vilões. Não importava. Naquele segundo, o mais profundo de seu ser dizia que ele era o que ela estava buscando.
Nossa heroína não sabia se aquilo havia significado algo para ele também. Só o que ela sabia era que aqueles tempos de escuridão em que ela havia perdido a fé em si mesma pareciam distantes agora. Ela havia se reencontrado em um encontro qualquer com um desconhecido. Ela estava pronta para lutar novamente. E dessa vez algo a dizia que conseguiria vencer a batalha e finalmente deixar seu coração protegido ao lado do coração de outro herói, mas não um qualquer e sim aquele que com o poder de apenas um olhar a fez voltar a vida.
Bruna M.
